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A decisão de cancelar a marcha não deve ser vista como um ato de medo
Política
Publicado em 25/11/2024

A decisão da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) de cancelar a manifestação marcada para domingo é um reflexo da complexa situação política na Guiné-Bissau. Domingos Simões Pereira, líder da coligação, anunciou que a marcha foi suspensa devido ao alto risco de confrontos com as forças de segurança. Essa medida, tomada após uma avaliação cuidadosa, revela a tensão crescente entre a oposição e o governo.

Simões Pereira, que também preside o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), destacou que a decisão foi motivada pelo nível de hostilidade das forças de segurança contra a PAI-Terra Ranka. Ele sublinhou que as forças de segurança, que deveriam ser neutras, estão sendo usadas contra a coligação com um grau de ódio preocupante. Essa situação, considerada de extrema gravidade, levou ao cancelamento da manifestação planejada para protestar contra o abuso de poder e a falta de democracia no país.

O líder da PAI-Terra Ranka enfatizou que a decisão de cancelar a marcha não deve ser vista como um ato de medo, mas sim de responsabilidade. Ele pediu aos militantes da coligação que compreendam as razões por trás dessa escolha, ressaltando a importância de avaliar a situação em cada momento para garantir a segurança de todos. Simões Pereira afirmou que, mais do que ser herói, o objetivo é levar as pessoas a um bom porto.

A PAI-Terra Ranka, que venceu as eleições legislativas de junho de 2023 com uma maioria absoluta, enfrenta um cenário político desafiador. O governo da coligação foi demitido pelo presidente Umaro Sissoco Embaló em dezembro do mesmo ano, e o parlamento foi dissolvido sob a alegação de uma grave crise institucional. Embaló justificou suas ações alegando uma tentativa de golpe de Estado, acusando o parlamento de apoiar a intentona.

A situação na Guiné-Bissau é um lembrete da fragilidade das instituições democráticas e da necessidade de diálogo e negociação para resolver conflitos políticos.

A decisão de cancelar a manifestação pode ser vista como um passo prudente para evitar a escalada da violência, mas também destaca a urgência de encontrar soluções pacíficas e democráticas para os problemas do país. A comunidade internacional deve continuar a monitorar a situação e apoiar esforços para fortalecer a democracia e os direitos humanos na Guiné-Bissau.

 

Assinado,

Governador Gomes

 

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